sexta-feira, 11 de junho de 2010

APÓS TRÊS DIAS DE JULGAMENTO, JURADOS CONDENAM DETENTOS QUE ASSASSINARAM DOIS COLEGAS DE CELA

Após quase quarenta horas de sessão do Tribunal do Júri da 10ª Vara Penal da Comarca de Santarém, terminou nas primeiras horas da madrugada de hoje, 11, o mais longo julgamento da história de Santarém/PA.
Por maioria de votos, os jurados acataram a tese do Ministério Público e condenaram todos os Réus pela morte dos dois colegas de cela, Julciney da Silva Gonçalves e Néris Fernandes Vieira, assassinados à estocadas no dia 17.07.2005, no Centro de Recuperação Agrícola Silvio Hall de Moura – ‘Penitenciária de Cucurunã’.
O Juiz Gérson Marra Gomes, da 10ª Vara Penal - Privativa do Tribunal do Júri, aplicou aos condenados as seguintes penas:
Geovan de Jesus Coutinho – ‘Neguinho’, foi condenado por dois homicídios duplamente qualificados e formação de quadrilha, à pena cumulativa de 40 anos de reclusão em regime fechado.
Aldir dos Santos Sousa – ‘Nego Bob’, condenado por dois homicídios duplamente qualificados e formação de quadrilha, à pena cumulativa de 40 anos de reclusão em regime fechado.
José Ribamar Correa Farias – ‘Gibi’ ou ‘Gago’, condenado por dois homicídios duplamente qualificados e formação de quadrilha, à pena cumulativa de 40 anos de reclusão em regime fechado.
Raimundo Celineudo de Assis Silva – ‘Dão’, condenado por dois homicídios duplamente qualificados e formação de quadrilha, à pena cumulativa de 40 anos de reclusão em regime fechado.
Raimundo Erisson Oliveira dos Santos – ‘Fela’, condenado por dois homicídios triplamente qualificados e formação de quadrilha, à pena cumulativa de 41 anos e 10 meses de reclusão em regime fechado.
Damião Romano Mendes – ‘Damico’, condenado por dois homicídios triplamente qualificados e formação de quadrilha, à pena cumulativa de 38 anos 6 meses e 25 dias de reclusão em regime fechado.
Os outros dois acusados do mesmo crime, Denis Welverton Silva Sousa – ‘Dênis’ e Albertino dos Santos Mendes – ‘Pojó’, encontram-se presos em Belém e deverão ser julgados em outra oportunidade.
Na acusação atuaram os Promotores Públicos Rodrigo Aquino Silva e Paulo Roberto Corrêa Monteiro, e na defesa o Advogado Eduardo Maurício Silva Fonseca e as Defensoras Públicas Eliana Socorro Santos Vasconcelos e Emilgrietty Silva dos Santos.
Estupro e troféu:
Segundo consta nos Autos, os detentos Julciney e Néris, condenados por estupro, ficaram na mesma ala de condenados por homicídio e tráfico. Julciney, o ‘Pretinho’, acabou sendo vítima de estupro por parte de um grupo de detentos. Alguns dias após o estupro, o grupo decidiu matá-lo para encobrir o estupro. Seu colega de cela, Néris, que foi testemunha do estupro também teve a morte decretada pelo grupo, que teria escolhido dois detentos para assumirem o crime, que ocorreu na ala B do Pavilhão 2.
Uma sindicância realizada pela Susipe Superintendência do Sistema Penal, descobriu que após a morte, os cadáveres dos dois presos foram levantados como troféus, numa provocação aos presos da ala A do pavilhão 2, onde já havia ocorrido uma rebelião no ano anterior que vitimou o preso provisório conhecido por ‘Bagaço’,que era acusado de estuprar uma mototaxista.
Durante os três dias de júri, um forte esquema policial foi montado pelo Comando Tático da PM, interditando as ruas ao redor do Fórum e com revista pessoal de quem entrava no salão, pois havia suspeitas de que os presos (alguns altamente perigosos) pudessem escapar ou serem resgatados. Além dos seis Réus, estiveram nas sessões cinco testemunhas que também eram detentos.
O Réu Geovan Coutinho vai cumprir sua pena fora de Santarém, pois está ameaçado de morte pelos demais detentos, já que não aceitou assumir sozinho a culpa pelos crimes e denunciou todos os outros.
A Defesa anunciou que vai apelar das sentenças.
Fonte: Com informações do Analista Judiciário e Jornalista J. Ninos

Um comentário:

Gerson Maia disse...

AINDA FOI POUCO PRA ESSES CRIMINOSOS. QUE MOFAM NA CADEIA.